quarta-feira, abril 26, 2006

Solução para uma viagem espacial "democrática"



Acompanhamos recentemente (eu mesmo só o lançamento do foguete) o reality show da carona que o astronauta brasileiro pegou no foguete russo. Para ajudar no combustível, comidinha em pasta e hospedagem no albergue espacial, o governo brasileiro desembolsou R$10 milhões, cifra essa que gerou muitas controvérsias. Muitos enumeraram o que o governo poderia construir com tal valor, entre escolas, postos de saúde, etc. Reações típicas de quem sofre de mania de perseguição.

Ora bolas, vejamos isso como um investimento em marketing brasileiro. Uma empresa da indústria de bebidas alcóolicas gasta isso numa única campanha. Ou seja, no final das contas o que aparece lá no fundo do discurso docontra é um rançozinho de quem queria ter ido e não foi. Despeito inconsciente, quase arquetípico, de uma sociedade oprimida num mundo de fantasia neoliberalista e de pirâmides promissoras. Se aproveitaram a questão como marketing eleitoral vermelho, é outro ponto, mas nem entrarei nessa discussão.

O que proponho aqui no entanto é uma solução democrática para viagens espaciais deste tipo. Porque ou você é milionário para bancar sua carona, ou tem que ter uma longo currículo militar como foi o caso. Mas como a sorte é também uma forma de democracia homeopática, a solução que vejo é a criação de uma "Loteria Espacial" que pode ser gerida pela Caixa Econômica Federal, tais como todas as outras que mensalmente arrecadam muito mais do que esses míseros R$10 milhões. (Uma megasena acumulada chega brincando aos R$30 milhões). Normalmente não vejo nenhum puritanista vociferando contra o governo nesse assunto...

Assim qualquer pessoa teria a chance (remotíssima mas não nula) de participar de uma viagem espacial todo mês... Bastaria somente um selação prévia através de testes "psicotécnicos" para saber se o canditado tem problemas com roncos, flatulências, clautrofobias, etc. não incomodando assim nossos amigos russos...

terça-feira, abril 25, 2006

Fofocas Divinas (ou Delírios Iamemísticos) parte I



Conversando através do meu neuro-modem com o Onipresente/Onisciente/Onipotente, ou simplesmente "3O" (atenção, é "Três Os", e não "trinta") perguntei-Lhe por qual nome poderia chamá-lo já que dispõe de uma infinidade de vocativos usados nas mais diversas situações. Era uma forma de estabelecer também os "nicknames" de nosso chat metafísico.

"Sr. Iamemou" - disse-me Ele - "fique à vontade para chamar-me no nome que mais lhe apeteça." Confessou-me ainda que sentia-Se muito "poderoso" quando escutava as atrizes pornô norte-americanas dizendo "Oh yes, oh God!" em momentos tão íntimos. E encerrou dizendo que "Em todo caso não me chame nunca de 3M." Explicou-me que 3M (três eme) era o codinome do seu opositor, o Malévolo/Maucaráter/Malandro, que sempre pregava peças (literalmente) na humanidade, de forma que com o seu know-how adquirido ao longo de milhares de anos, montou uma das maiores corporações do planeta, conhecida por sua sigla e especializada em (cruci)fixação. Muito tempo atrás (por volta de um dois milênios), antes de desenvolverem os atuais polímeros adesivos, utilizavam-se de pregos em superfícies de madeira rústicas. Mas isso já está totalmente ultrapassado. Hoje se precisassem dar cabo novamente a algum "comunista metido a libertador da humanidade", não mais utilizariam-se de pregos e madeira, mas fixariam o camarada com um eficiente adesivo plástico. (Aliás contou-me também que a 3M tem investigado muito aquelas bandas de Cuba).

Enfim, mudando de assunto, disse-Lhe que o chamaria de Zeus, se não Se importasse, já que tenho uma profunda admiração pela antiguidade clássica e a figura representativa grega sempre fez parte do meu imaginário infantil, pois um dia ao perguntar a uma outra tia maluca (do mesmo cacho de tias embananadas e embananadoras) quem era Zeus, esta respondeu-me que era o pai de todos os deuses, mas que isso era estorinha de livro. Foi aí que pra mim, desse dia em diante, a figura divina sempre foi "estorinha de livro". Graças a Zeus Ele falava agora comigo através do meu neuromodem, e poderia agora contar-me boas histórias e as fofocas do que está preparando para muito em breve.

Foi então que perguntei-lhe se Ele de fato era "Ele" ou se por acaso não seria "Ela". (Não que eu duvidasse das representações pictóricas que abarrotam os museus renascentistas, com seu porte atlético e longa barba, mas bagre e bode têm barba e não são deuses. Aliás eu também tenho, e nem faço tanta mágica assim. E mais, tem muita mulher barbada por aí...) Zeus disse-me que essa era uma boa pergunta, e que a resposta era muito simples: "depende de que lado você está olhando". Perguntei: "o esquerdo ou o direito?" e Ele me disse: "Não, amiguinho, o de dentro ou o de fora."

Muito boa essa. Isso levou-me a pensar que não é a toa que o símbolo do Budismo é a manga, que representa o bom caminhante: macio e maleável por fora - a personalidade - e firme por dentro - o espírito. Mesmo com o paradigma dominante acreditando que a vitória é sempre dos "duros" (perdoem-me o triplo-sentido). E uma manga afinal é macho ou fêmea? - poderia perguntar qualquer um de vocês - Depende se é manga-espada ou manga-rosa.



Assim também seria a representação da divindade, se os Homens não insistissem na errônea tradução que consta no Gênesis: "...E o Homem foi feito à Sua imagem e semelhança". Como nessa época somente os mamíferos machos frequentavam as mesas de bar para filosofar, Ele, o Todo Poderoso, acabou ficando com esse aspecto de filósofo de bar. Mas, dizendo-me Ele em primeira mão e permitindo-me revelar a vocês nesse blog, a correta grafia desse texto deveria ser: "E o Homem foi feito com uma margem de segurança." Mas os transcritores do Velho Testamento estavam bêbados...

Fico por aqui, pois me foi passada uma tarefa. Depois conto mais.

domingo, abril 23, 2006

Feriadão doentão...



Pois é, e eu que pensei que conseguiruia organizar a minha vida neste feriadão. Ganhei de presente uma virose. Tô aqui todo detonado, dores em todo o corpo, olhos ardentes e lacrimejantes. O nariz parece uma cachoeira. Putz, como fico revoltado de ficar doente! Infelizmente ainda sou muito arrogante, e não admito me ver vulnerável. Ainda não aceito essas limitações da realidade física. Mimado demais diria Papai Noel. Talvez seja por isso que fico sem presentes no Natal.

Como sou avesso a medicações paliativas, evito antitérmicos. Prefiro deixar a febre queimar-me o corpo, pois bem sei da utilidade dela para turbinar a ação dos glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo. Algumas correntes orientais, especialmente às de tradição xintoísta, vão mais além e RECOMENDAM a febre, já que quanto maior ela for, mais capacidade temos de derreter as toxinas cristalizadas (tive contato com essa medicina tradicional no período em que permaneci em uma ordem espiritualista de tradição japonesa, pouco após ter tido meu período no Budismo Theravada). Mas, de qualquer forma, sendo "bom" ou sendo "ruim" ainda não tenho maturidade(?) suficiente para aceitar(?) esses contratempos. Mas chego lá.

Por garantia, ativei o meu neuro-modem novamente (o de conexão com o plano divino, como descrevi no último post) e fui perguntar lá para Deus se por acaso isso seria uma retaliação por ter "blasfemado" com Sua Excelentíssima Pessoa, afinal muitos são os relatos de sua natureza impiedosa e destruidora para com àqueles que não o "temem". (Vai saber, esse povo celeste é muito melindroso e às vezes se chateiam por pequenos deslizes na etiqueta celeste). Mas graças a Zeus, Ele me falou que isso é bobagem e que quando quer dar uma coça em quem apronta apenas estimula as rádios a tocarem mais música sertaneja e axé-music. Que bom. Isso significa que eu poderei escrevendo aqui sobre minhas experiências de comunicação e as mensagens que Ele vem me passando.

Então, para os interessados fiquem atentos: Vou publicar de agora em diante entre os meus posts a série: "Fofocas divinas".

Hasta la vista, pupitos.

quarta-feira, abril 19, 2006

Conexão efetuada!



Esse romanos são uns loucos. Quando digo que falei com deus, dizem-me: "Que ótimo! Rezar é muito bom". Mas quando eu digo que deus falou comigo, aí já me preparam a camisa-de-força. Vai entender...

Fato é que agora foi instalado aqui no meu córtex uma linha direta com o plano divino. É o disque-deus. E tá funcionando que é uma beleza. Bem verdade que eu estou ainda testando o serviço, e estou apreensivo em saber qual vai ser a tarifação. Mas fato é que o camarada lá de cima tá me contando umas ótimas. Ele me disse que é difícil o contato com a turma de cá, pois depois que instituiram essa picaretagem de intermediários entre "os de Lá" e "os de Cá", a comunicação ficou péssima, com tantos ruídos que ninguém mais entende nada de ambos os lados. Mas dei sorte e meu neuro-modem conectou direitinho. Ele adora contar umas piadas celestes e contar umas fofocas do que acontecerá em futuro próximo. Depois conto para vocês.

segunda-feira, abril 17, 2006

Fechado para balanço existencial

Longo tempo sem postar...
Na realidade longo tempo de introspecção...

A minha antiga amiga Crise Existencial resolveu me visitar novamente. Tive que fazer as honras e ser um bom anfitrião. Nesses momentos só tenho olhos para ela, me desculpem. Mas vai passar. Sempre passa. Exaustivamente sempre passa. Ela vai embora e carrega algumas minhocas minhas em sua mala. E dela, eu fico com um "vale-um-mundo-melhor" de crédito. É sempre assim...

Deixo aqui um trecho de um poema de Álvaro Campos. Esse poema me faz companhia no momento. Creio que defina bem o que costumo chamar de "ser um violino numa escola de samba". É como me sinto, muitas vezes. Estrangeiro. Alheio. Perdido, como um cão que caiu do caminhão da mudança...

"Não sei sentir, não sei ser humano,
Não sei conviver de dentro da alma triste,
Com os homens,
Meus irmãos na terra.
Não sei ser útil, mesmo sentindo ser prático,
Cotidiano, nítido
Vi todas as coisas e maravilhei-me de tudo,
Mas tudo ou sobrou ou foi pouco,
não sei qual, e eu sofri

Eu vivi todas as emoções, todos os pensamentos, todos os gestos.
E fiquei tão triste como se tivesse querido vivê-los
e não conseguisse.

Amei e odiei como toda gente
Mas pra toda gente isso foi normal
e instintivo
Pra mim foi a exceção, o choque,
a válvula, o espasmo.
Não sei se a vida é pouco ou demais pra mim.
Não sei se sinto demais ou de menos.
Seja como for a vida,
de tão interessante que é a todos os momentos,
a vida chega a doer, a enjoar, a cortar,
a roçar, a ranger, a dar vontade de dar pulos,
de ficar no chão,
de sair pra fora de todas as casas,
de todas as lógicas, de todas as escadas,
e ir ser selvagem entre árvores e esquecimentos"

(Passagem das Horas, Álvaro de Campos)

Eu respiro. Pelo menos por enquanto.

terça-feira, abril 04, 2006

Experiências cinematográficas



Nesta semana eu e a Carlinha não tendo o que fazer resolvemos experimentar nossos dons artísticos (cênicos e de direção cinematográfica) e fizemos nosso primeiro (e certamente o único) filme erótico. Começou como brincadeira mas acabou rendendo. Aproveitamos a linda luz de um final de tarde, a total falta de juízo, minha câmera fotográfica no tripé que grava também filmes curtos, música ambiente (por curiosidade, Morcheeba) e como não poderia faltar, o espírito de pesquisa dos dois desbravadores pombinhos. Eis que gravamos, entre idas e vindas, um vídeo apimentado do casal, com direito a tomadas variadas e algumas fotos para registro.

Como experiência foi bastante interessante. Performances inusitadas dos exploradores em progressivas descobertas. Tudo documentado para análise posterior. Depois de terminada a experiência e de um merecido descanso, pegamos a pipoca e fomos assistir na TV o resultado.
Muitas risadas.

No final das contas é uma boa experiência para um casal. Assistindo a nós mesmos, pela TV, temos a impressão de participar de um filme-documentário típico da Geográfica Universal. Mamíferos são seres realmente muito engraçados...

segunda-feira, abril 03, 2006

Jejum


Nossa. Uma semana passa muito depressa, principalmente quando você está com muito trabalho. Acabei não escrevendo nada por aqui. Vou tentar colocar sempre alguma coisa, nem que seja um poema infame, uma imagem boba ou uma observação cretina. Quem sabe eu pego o ritmo, e não deixo o meu fã-clube com 144.000* membros a ver navios.

* o número dos "eleitos"