terça-feira, abril 25, 2006

Fofocas Divinas (ou Delírios Iamemísticos) parte I



Conversando através do meu neuro-modem com o Onipresente/Onisciente/Onipotente, ou simplesmente "3O" (atenção, é "Três Os", e não "trinta") perguntei-Lhe por qual nome poderia chamá-lo já que dispõe de uma infinidade de vocativos usados nas mais diversas situações. Era uma forma de estabelecer também os "nicknames" de nosso chat metafísico.

"Sr. Iamemou" - disse-me Ele - "fique à vontade para chamar-me no nome que mais lhe apeteça." Confessou-me ainda que sentia-Se muito "poderoso" quando escutava as atrizes pornô norte-americanas dizendo "Oh yes, oh God!" em momentos tão íntimos. E encerrou dizendo que "Em todo caso não me chame nunca de 3M." Explicou-me que 3M (três eme) era o codinome do seu opositor, o Malévolo/Maucaráter/Malandro, que sempre pregava peças (literalmente) na humanidade, de forma que com o seu know-how adquirido ao longo de milhares de anos, montou uma das maiores corporações do planeta, conhecida por sua sigla e especializada em (cruci)fixação. Muito tempo atrás (por volta de um dois milênios), antes de desenvolverem os atuais polímeros adesivos, utilizavam-se de pregos em superfícies de madeira rústicas. Mas isso já está totalmente ultrapassado. Hoje se precisassem dar cabo novamente a algum "comunista metido a libertador da humanidade", não mais utilizariam-se de pregos e madeira, mas fixariam o camarada com um eficiente adesivo plástico. (Aliás contou-me também que a 3M tem investigado muito aquelas bandas de Cuba).

Enfim, mudando de assunto, disse-Lhe que o chamaria de Zeus, se não Se importasse, já que tenho uma profunda admiração pela antiguidade clássica e a figura representativa grega sempre fez parte do meu imaginário infantil, pois um dia ao perguntar a uma outra tia maluca (do mesmo cacho de tias embananadas e embananadoras) quem era Zeus, esta respondeu-me que era o pai de todos os deuses, mas que isso era estorinha de livro. Foi aí que pra mim, desse dia em diante, a figura divina sempre foi "estorinha de livro". Graças a Zeus Ele falava agora comigo através do meu neuromodem, e poderia agora contar-me boas histórias e as fofocas do que está preparando para muito em breve.

Foi então que perguntei-lhe se Ele de fato era "Ele" ou se por acaso não seria "Ela". (Não que eu duvidasse das representações pictóricas que abarrotam os museus renascentistas, com seu porte atlético e longa barba, mas bagre e bode têm barba e não são deuses. Aliás eu também tenho, e nem faço tanta mágica assim. E mais, tem muita mulher barbada por aí...) Zeus disse-me que essa era uma boa pergunta, e que a resposta era muito simples: "depende de que lado você está olhando". Perguntei: "o esquerdo ou o direito?" e Ele me disse: "Não, amiguinho, o de dentro ou o de fora."

Muito boa essa. Isso levou-me a pensar que não é a toa que o símbolo do Budismo é a manga, que representa o bom caminhante: macio e maleável por fora - a personalidade - e firme por dentro - o espírito. Mesmo com o paradigma dominante acreditando que a vitória é sempre dos "duros" (perdoem-me o triplo-sentido). E uma manga afinal é macho ou fêmea? - poderia perguntar qualquer um de vocês - Depende se é manga-espada ou manga-rosa.



Assim também seria a representação da divindade, se os Homens não insistissem na errônea tradução que consta no Gênesis: "...E o Homem foi feito à Sua imagem e semelhança". Como nessa época somente os mamíferos machos frequentavam as mesas de bar para filosofar, Ele, o Todo Poderoso, acabou ficando com esse aspecto de filósofo de bar. Mas, dizendo-me Ele em primeira mão e permitindo-me revelar a vocês nesse blog, a correta grafia desse texto deveria ser: "E o Homem foi feito com uma margem de segurança." Mas os transcritores do Velho Testamento estavam bêbados...

Fico por aqui, pois me foi passada uma tarefa. Depois conto mais.

2 Comentários:

At 5:02 PM, Blogger Unknown disse...

Muito bom! Gostei dessa. Eu também já tive uma conexão, mas desinstalei porque ficou chato e também acho que estava gastando minha energia. De qualquer forma já tinha conversado tudo que tinha pra conversar.

 
At 5:32 PM, Blogger Unknown disse...

Oi, Nelson!
Vi que tiveste coragem de ler inteira a fábula que escrevi e resolvi passar no teu blog para também dizer 'oi'.

Achei tão espirituoso esse seu post, ficou divino, ahahahahahah!

 

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