
Hoje eu estava conversando com os meus botões sobre a incrível e misteriosa Teia da Vida, que une a todos e sempre sorri para o acaso. Fato é que cada ser deste universo, seja uma pessoa ou um bichinho (ou mesmo uma pedra), sempre trás uma mensagem, seja simples ou extraordinária, escrita pela caligrafia do Universo.
Quando falamos de pessoas então é que isso não se pode negar. Existem pessoas que estão sempre indo e voltando e a cada encontro aprendemos algo novo com a situação. Algumas estão sempre presentes, nos dizendo a mesma mensagem da forma que lhe é acessível, até que um dia rompa nossos bloqueios de preconceitos e/ou soberba. Há outras que passam pela vida da gente como um furacão: deixa tudo de perna pro ar e um intenso aprendizado para ruminar. Mas na maioria dos casos compete a nós aguçarmos olhos e ouvidos, para perceber a mensagem com o mínimo de ruídos. "Quem tem ouvidos que ouça", já dizia o comunista do século I.
Mas há pessoas, ah sim, que passam pela vida da gente com a sublime missão de apenas nos deixar um pum. E daí então talvez nunca mais a vejamos.
Foi assim naquele elevador hoje à tarde; com aquela moça bonita que lia tão concentradamente seu periódico que chegou até me deixar na dúvida se por acaso não teria sido eu quem afrouxou algo sem perceber, ou que ali no elevador, além de nós dois, havia algum ser étereo do "andar de baixo". Ela saiu como se nada havia acontecido... Até agora me pergunto se não desperdicei uma chance de interagir em tão significativo encontro, talvez puxando assunto dizendo-lhe algo como "Ã-hã, sua pele é bonita assim por que sua dieta é a base de ovo e repolho, não?"