segunda-feira, março 20, 2006

Profecias Eulalianas I

(Não deu para ser claro o meu tom de sarcasmo no último post, então vou ser mais claro)

Na realidade não é SOMENTE a solução que existe, senão cairíamos naquela história lá daqueles malucos que fizeram suicídio coletivo para pegar carona no cometa Halle Bop (a seita "Heavens Gate", em 1996). O VHEMT tem um PRINCÍPIO de solução, mas se olharmos bem acaba sendo classificado como um "programa". Mentes novas com programas novos. E segundo Quinn não precisamos de programa algum.

Acredito que o Planeta tem a capacidade de restabelecer sua "HOMEOSTASIS". Tão como um organismo utilizará seus anticorpos para combater o vírus (nossa cultura), e é o que tem sido feito. É claro que muitas vezes os organismos padecem e morrem, mas mesmo isso vem acontecendo no Universo, este grande berço estelar, há bilhões (ou trilhões, ou zilhões) de anos. Nossa perspectiva humana (que tenha 10.000 ou 4 milhões de anos, que seja) não é um milésimo de segundo nessas perspectiva do Universo. E o mais importante: o planeta Terra é só mais um em zilhões de planetas e galáxias. Apenas nosso umbigo maior.



Os dinossauros certamente aprenderam alguma lição (os descendentes deles). Na Terra não existe espaço para excesso de "devoradores" de grande porte. Hoje, duvido que exista alguma espécie de mamíferos superiores que tenha mais de 6 bilhões de espécies e com um crescimento como o nosso.

"Assim como é em cima é embaixo", uma grande lei do universo, onde o microcosmo reproduz o macrocosmo, pode nos mostrar como as coisas se comportam. Nossos átomos se equivalem às estrelas, planetas e suas órbitas, uma célula vive de forma análoga a de um organismo humano. (Isso nós vemos em Biologia, organelas com funções específcas de proteção, digestão, geração de energia, etc.) E se aprendermos com as células (conseqüentemente com a Natureza, a evolução, etc) poderemos ver algum possível caminho (não necessariamente "Bom"). No atual momento nos comportamos como câncer (vide o brilhante vídeo da Nina Paley) e a tendência é esgotar os nossos próprios recursos. Mas uma outra coisa interessante, a nível celular, é que temos organelas chamadas "LISOSSOMOS", que dentre suas funções é responsável pela autofagia da célula. Isso ocorre em situações de falta de recursos de manutenção da célula, uma espécie de suicídio celular programado.

Deste modo eu arrisco aqui até uma PREVISÃO EVOLUTIVA, fazendo o paralelo e aprendendo com os lisossomos: a de que em algum momento, e por motivo específico que poderei até especular em outro momento, adotaríamos o modo de vida canibal (que é latente em nós genéticamente, não só culturalmente) e inevitavelmente consumiríamos a nós mesmos. Isso acontecerá naturalmente em situações catastróficas (coisa que já estamos bem perto, com nosso aviãozinho ismaélico já prestes a se esborrachar no fundo do precipício) e não seria uma "opção" da humanidade, nem um "programa" de auto-consumismo. Seria uma seleção natural do planeta (de uma forma bem simplista seria algo como "genes de pessoas que se alimentam de pessoas obtém recursos e se propagam, e as que não comem são comidas e não se propagam').



Na realidade isso não é tão difícil de se imaginar. Basta olhar para a situação de confinamento das aves em granjas. Elas chegam a um processo de automutilação e canibalismo. (o que é evitado cortando os seus bicos quando pintinhos). A falta de espaço e as más condições transformam o modo de vida dos seres. Essa tendência à autodestruição é latente em todos da comunidade da vida, acionada sempre em situações limite. E é bom lembrar que os campos de concentração nazistas não são nem perto de uma situação crítica global (nem aquele ridículo filme Mad Max), pois foi muito rápido - uma ou no máximo duas gerações - o que não foi suficiente para matar a ESPERANÇA, pois todos ali ainda acreditavam que seriam libertos em algum momento (e ainda tinham pijamas!). Papai-do-Céu ainda existia. A autodestruição vem depois da morte da "Esperança".



Por enquanto ainda temos esperança.
"Com a morte do Gorila haverá esperança?"
.

3 Comentários:

At 11:36 PM, Blogger Unknown disse...

Se as pessoas conseguem voluntariamente deixar de ter filhos não conseguirão voltuntariamente mudar seu modo de vida para que não precisem mais destruir a terra para viver?

 
At 7:31 PM, Anonymous Anônimo disse...

Olá! encontrei teu blog numa lista de links, e gostei muito do teu raciocínio. Não que concorde plenamente, mas questões como as que vc aborda também passam pela minha cabeça.
Eu não estive num campo de concentração para saber como foi, mas acho que já devia ser bastante desesperador. Não sei se precisamos passar por um estágio além deste extremo para se autodestrutir, acho que organizações humanas com facetas de 'gangues' já tem muito de autodestruidor. Nem tanto dentro do grupo (por mais que exista aquela coisa de 'apagar' os dedo-duro), quanto com grupos 'rivais' ou considerados degradados. Na gama de fatores que alicerçam a vida destes seres ainda existem alguns que tragam satisfação, no mínimo a sexual, ou antes, a viril.
Ao menos nas grandes metrópoles a autodestruição da espécie já começou. Ainda há esperança, mas as pessoas tão pouco se danando para ela.
Não é preciso ter pouco nível de instrução, ou sofrer com drogas e privações. Existem malucos aqui em Porto Alegre cuja maior alegria é sair de galera para quebrarem mendigos, punks e negros. Não usam nada de drogas, além de efedrina, malham como condenados e sabem algum tipo de arte marcial de pleno ataque.
Há três anos, quando comecei a conhecer a noite daqui, muitos andavam em conjunto com quem hoje eles judiam! Eram amigos de confiança, de dar o braço para chorar.
Quem quer chorar sou eu, também não consigo ver solução para nossa espécie.

 
At 4:00 PM, Blogger Künzang Yeshe disse...

Se levarmos em consideração nossa organização celular em sociedade, não diferimos muito de um organismo. Esses camaradas estão combatendo a si mesmos. Uma autodestruição em nível imediatamente acima do individual. Quem sabe são grupos "lisossomicos"?

Uma mão pode até bater na outra. Mas dói em tudo.

Uma hora o organismo se sacode jogando longe as pulgas. Tsunamis, terremotos e Cia. são ótimos antiparasitários.

 

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