segunda-feira, maio 01, 2006

E se fôssemos imortais?

Putz, se fôssemos imortais a vida perderia totalmente o sentido. Senão vejamos:

Nós não dormiríamos para recuperar energia, pois esta nunca se esgotaria. Nem precisaríamos comer para alimentar nada que se acabe. Não usaríamos o banheiro portanto para ejetar nada. Não precisaríamos de papel higiênico nem shampoo. Nem escovaríamos os dentes, já que não comeríamos nada mesmo. Nem precisaríamos tomar banho, já que não excretaríamos nada pela pele, nem mesmo suor nem já que água não beberíamos. E nem nos sujaríamos com poeira, já que não produziríamos nada. Nem usaríamos roupas, sapatos ou qualquer proteção, pois não sangraríamos até a morte. Na realidade não teríamos nem sangue (pela falta de água citada anteriormente e pela falta de necesidade de se transportar oxigênios para as células. Não precisaríamos nos dar ao trabalho de respirar. Não trabalharíamos pois não precisaríamos de comida, remédios, nem nada. Não precisariamos de abrigo, nem de segurança. Nem ter medo de assalto ou de assassinato (por que por um lado não teríamos posses nem pelo outro, ninguém precisaria roubar nada para ter dinheiro). Não precisaríamos fazer sexo, pelo menos não para fins reprodutivos, já que não haveria espaço no mundo para ninguém mais, nem necessidade. Na realidade talvez nem nosso orgãos sexuais existissem, já que nem os anjos nem o Walter Mercado não os tem. Nem precisaríamos praticar esportes para ficarmos saudáveis. Nem de tirar meleca do nariz, pois não teria matéria prima. Nem de assobiar, pois não haveria necessidade de chamar ninguém. Nem de estudar para ficar inteligente, pois não teria trabalho ou emprego. Nem de vacas, galinhas e outros bichos injustamente domesticados para servirem de alimento. Nem teríamos cães de estimação já que não haveria necessidade de segurança nem haveria ração para alimentá-los. Nem precisaríamos assistir o noticiário para saber o que estaria acontecendo pois provavelmente não aconteceria nada. Nem atropelamentos, nem crises, nem nascimentos, nem inflação, nem vitórias de grupos filantrópicos. Não coçaríamos o saco que estaria sempre limpo. Não precisaríamos de psicólogos, professores, sacerdotes, fazendeiros, cultivadores, transportadores, açougueiros, encanadores, policiais, bombeiros, muambeiros, fiscais da prefeitura, chefes, empregados. Não comeríamos mais saudavelmente por que não comeriamos nada. Nem tira manchas. Nem drogas legalizadas ou ilícitas para fugirmos da realidade, porque não teria pra onde ir. Sem medo, não há necessidade de religiões. Nem defenderíamos nenhum ponto de vista nem pediríamos socorro, porque ninguém se importaria...

3 Comentários:

At 5:11 PM, Anonymous Anônimo disse...

!!!Sem comentários! :-***

 
At 4:20 PM, Blogger Unknown disse...

Uma história da clarice Lispector que gosto muito, cujo nome não lembro, conta sobre a primeira vez que viu um ciclete. Deram a ela como a abalinha que nunca acaba. Depois de horas com aquele trambolho na boca, já todo cinza e duro, ela deu um jeito de tropeçar para que caísse de sua boca.
Talvez pareça uma associação estranha, mas é que teu post me lembrou que gosto das coisas transformando-se eternamente.

 
At 3:39 PM, Blogger Josy Lima disse...

Ainda bem que somos meros mortais!

 

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