terça-feira, setembro 27, 2005

Penso, logo penso que existo.




Não sou filósofo, mas às vezes penso que quando nosso amigo Descartes começou a duvidar de toda a realidade até chegar a esse "eu" que pensa, e "pensou" que assim teria um ponto de partida para a explicação da realidade das coisas, creio que ele tenha descartado (com o perdão pelo trocadilho) o fato de que isso também poderia ser uma mera ilusão. Os empiristas teimam em crer que o conhecimento vem (só) da experiência, e os racionalistas por outro lado acreditam que o conhecimento jaz dentro do Homem, precisando ser alcançado ou despertado.

Ambas correntes estão erradas. E ambas também estão certas.
Isso é o que até proporia o Construtivismo, buscando um meio-termo entre ambas, afinal o Homem (e muitos dos demais animais irracionais como ele) traz elementos de conciência e conhecimento antes do aprendizado própriamente dito. E o mundo o modela, claro, trazendo novas referências e novos pontos de vista. Mas gostaria de saber se toda essa construção, esse "a priori" e esse "a posteriori" existem mesmo.

O budismo e outras tradições milenares já diziam que esse mundo não passa de ilusão. Coisa que as Ciências da Consciência estão hoje chegando a um concenso. De que o que entendemos como realidade é apenas uma construção cerebral. O cérebro interpretando o universo, uma completa dissociação entre sujeito e objeto.

O importante é não confundir a "ilusão" que as tradições espiritualistas mencionam, com a ilusão somente dos sentidos. Assim estaríamos puxando a brasa para os empiristas e/ou construtivistas. Na realidade a ilusão é também da consciência do próprio eu que pensa que existe.

Por isso é que é uma bosta pensar sobre isso. Somos meras bostas navegadoras pensando sobre a origem das bostas. Algumas de nós vislubram até o furico transcendental que nos teria colocado neste mundo. Mas essa é outra história.

E outra coisa: bostas não são coisas ruins, não. A relatividade da interpretação das bostas é que faz a gente ter essa impressão. Elas são feitas dos mesmos elementos que nos constituem. O Homem, uma árvore, uma pedra, uma nuvem, ou a bosta do cavalo do bandido. Somos tudo farinho do mesmo saco.

Bostas: unidas venceremos!

1 Comentários:

At 12:33 AM, Anonymous Anônimo disse...

Que bosta!!!

 

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